Surge uma estrela, Monyk Houston

Esplendor foi esplêndido

No último sábado dia 11de julho, a Capital baiana teve o prazer de conhecer mais uma artista transformista, mas não é uma qualquer com vestido de strass, de rosto simpático e que sabe dublar música francesa da década de 30, démodé. Coerente com sua performance, dedicada com o ofício, criativa com a produção, e o mais importante tem seu oportuno financeiro para arcar o seu próprio evento, Monyk Houston estreou o seu novo show Esplendor sob um cuidado pouco visto no cenário LGBT soteropolitano, no Âncora do Marujo um local escolhido pelo grande carinho da artista, ficou lotado por fotógrafos, familiares, convidados selecionados e alguns amistosos artistas transformistas.
O Esplendor foi apresentado por Carolina Vargas, uma personalidade que entende muito de direção de espetáculo e uma formadora de opinião, além, de Rainha Lou Lou a dama do teatro contemporâneo LGBT baiano, Valerie O’rarah respeitada por seu trabalho ímpar com a afro-descendência. Monyk Houston papel principal do evento não decepcionou enquanto a competência, sendo uma promessa do transformismo baiano.
Apesar de o Esplendor ter decorrido como o esperado, o que não faltou foi à velha falta de humildade para reconhecer um bom trabalho, na verdade sabemos que isso é apenas recalque de quem é impotente e incapaz de fazer melhor ou tampouco parecido, se posar de vítima não faz uma artista boa ou ruim, e sim o que ela promove ao público. A egocêntrica é o nosso mal do século, e está muito presente no cenário LGBT de Salvador, lamentável criaturas despeitadas com as aptidões de quem sabe fazer ou pode ter, porém ninguém nasce pronta, se melhora, não adianta ficar sentada na mesa do fundo com dor de cotovelo.
O Esplendor está à altura dos melhores eventos, momentos raros na Capital baiana, a presença de Monyk Houston será casual e sempre podemos esperar os melhores espetáculos, com requinte e competência. E provavelmente a Revelação do Ano e Melhor Espetáculo no Grammy Baiano Gay.

texto: Ivone Ivonéh
edição textual: Miss Boana Buranhém