Embaixatriz do glamour, o mito July de Glamour

July de Glamour não é só um nome! A sua áurea não se limita ao tempo ou ao espaço que ocupa. É como um mito. Uma lenda viva. Ouve-se falar dela em muitos sentidos. Dentre eles, sobre a sua "personalidade forte" e de grande poder contestatório. E de mais a mais, July de Glamour é fiel ao seu próprio estilo “goste quem gostar". Ela é sincera consigo mesma e diz coisas que às vezes choca, mas que no fundo, depois da reflexão serena, contém verdades.

A personagem July de Glamour é uma criação do empresário da moda Marco Oliveira, ele mesmo um estilista renomado cuja grife "July de Glamour" enfeita algumas cabeças coroadas do transformismo baiano. Resumindo, quem tem bom gosto, corpo, e sopro, respira euros passa pela maison July e arrebata o que vai chamar a atenção, o notável. Em se tratando da Itália e nas mãos do criativo Marco os degraus da sua empresa alicerçam D&G e tantas outras marcas famosas. Mas quando a July de Glamour resolve ser caridosa ela se torna - discretíssima nos seus favores - uma protetora!

Ela mesma uma artista que cresceu, que criou a sua própria história de vida e que chegou ao status atual graças ao seu trabalho e ao esforço próprio. Sem a menor dúvida, se existe um primeiro escalão no transformismo baiano, a July com certeza figura ao lado da Dion e da Bagageryer Spielberg, ainda que além mar, a sua desenvoltura cênica seja aqui pouco conhecida e pela atual geração.

Quanto ao seu título de "Embaixatriz do Glamour" é em consequência da sua experiência e trato no acolhimento a quem visita, vai residir, trabalhar e/ou quer entender a cultura trans na Europa. A July de Glamour, a personagem, funciona como um referencial que vai desde a funcionalidade - o saber estar numa terra estrangeira - a etiqueta do comportamento para quem em "estado bruto" deseja se tornar uma "Européia", e por merecer a lapidação de costumes que a necessidade da cidadania no velho continente exige. Enfim, toda uma comunidade de trans baianas deve a July de Glamour o mapa da sobrevivência, os conselhos úteis e o exemplo de prosperidade com ética, respeito, profissionalismo e bom caráter.

Então, explicado e muito justo o título de "Embaixatriz" vamos falar da construção do mito July de Glamour. Ao se valer de um CD pirata e de um vestidinho da Baixa dos Sapateiros [nada contra a pobreza] muitas das pessoas que se acham artistas transformistas, não tem a capacidade de comparar. Da Bíblia tradicional “experimente de tudo e retenhas o melhor - Apóstolo Paulo" até a Bíblia virtual o facílimo e divertido Google a capacidade ilimitada de assistir, de copiar, de assimilar, de entender e de aprender é uma coisa impressionante. Para que muita gente possa "saber o que está fazendo" ou melhorar o seu próprio nível de apresentação transformista basta uma coisa simples, assistir quem é referência, ensaiar bastante, se esforçar para alcançar a perfeição, perguntar e até pedir socorro a uma artista mais experiente e talentosa. Gente tarimbada como a July de Glamour está aí para mostrar que a arte do transformismo é uma manifestação séria. Ela tem o cuidado especial para com o figurino - até agora e visto por nós nesta primeira década do milênio - o melhor e o mais rico. E num palco, a July de Glamour ainda se mantém fidelíssima ao modelo clássico da dublagem. O seu universo de inspiração é vastíssimo. Uma constante ode às grandes Divas, resquícios dos inesquecíveis musicais. Valores da arte que para a July de Glamour são importantíssimos.

Então, dando continuidade a esta série dos Melhores da primeira década, a presença da "Embaixatriz do Glamour" entre nós não poderia faltar. A competente, talentosa e importante artista transformista July de Glamour faz parte da história do transformismo em nossa cidade.


edição: Tiago Silva
fonte: Marccelus Portal